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Política de salvamento começa a ser discutida no Legislativo na Bahia

Os salva-vidas compareceram maciçamente à Assembléia Legislativa para o debate com Javier Alfaya, presidente da Comissão de Saúde e Saneamento.

Introduzir o debate sobre as atividades dos salva-vidas na Assembléia Legislativa. O deputado Javier Alfaya (PC do B) deu o primeiro passo para este objetivo, mediante uma reunião com os profissionais da área, que foi realizada na manhã de ontem na sala das comissões. No final do encontro, ficou decidida a realização de um grande seminário em março, em data e locais ainda a serem definidos, para que se elabore sugestões de diretrizes para uma política estadual de salvamento.

Para Javier, não se pode mais falar em saúde pública sem abordar a questão da prevenção de acidentes. “A Bahia tem o maior litoral do país, com cerca de 1.000 km de costa, além de grandes lagos e rios. Por isso, a questão dos salva-vidas é tão importante”, observou ele, que preside a Comissão de Saúde e Saneamento.

O deputado ressalvou aos salva-vidas presentes no encontro que a regulamentação da profissão (objetivo maior da categoria) só pode ser feita através de lei federal. Mas a Assembléia Legislativa, acrescentou Javier, pode interferir nesse processo, seja através de sugestões para a bancada da Bahia no Congresso Nacional, seja pela criação de uma política estadual específica para o setor. Ele sugeriu também a parceria do Estado e municípios para contratação de profissionais, compra de equipamentos e as qualificações daqueles que já estão atuando.

DIFICULDADES

Presente na reunião, o Diretor da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático(SOBRASA), Jorge Cerqueira, explicou que a Bahia vive situações extremas no setor. Enquanto Salvador, afirmou ele, possui um dos melhores serviços de salva-mar do país, localidades que recebem milhares de turistas, como Praia do Forte e Porto Seguro, nem dispõem do serviço. “Eu viajo por todo o país e posso assegurar que, apesar de todas as dificuldades, Salvador tem o terceiro melhor serviço de salvamento do país, só perdendo para Rio de Janeiro e São Paulo. Agora, em locais turísticos como Morro de São Paulo e Praia do Forte, onde todo ano morrem três ou quatro afogados, a situação é grave”, afirmou ele.

Já Geraldo Costa Júnior, vice-presidente da Associação Baiana de Salva-Vidas, avalia que os principais problemas da categoria são a falta de qualificação e a baixa remuneração. “Em muitos locais, os salva-vidas não sabem técnicas de primeiros socorros e não recebem nem alimentação e nem água”. Há municípios, como Lauro de Freitas, que, apesar de dispor do serviço, não têm profissionais suficientes para atender às principais praias.
Todas essas questões deverão ser discutidas com profundidade no seminário que será realizado em maio e que contará com especialistas, representantes da categoria e do poder público.

 

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Martin Leray