O afogamento é uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens no Brasil. Em 2012, 6.369 brasileiros (3.3/100.000 habitantes) morreram afogados. O afogamento foi a segunda causa de morte para idades de 1 a 9 anos, 3ª causa nas faixas de 10 a 19 anos, 4ª na faixa de 20 a 24 anos e 6ª causa de 25 a 29 anos. Em média homens morrem 6 vezes mais que as mulheres por afogamento, e a maior relação ocorre na faixa de 25 a 29 anos (17 vezes mais). Usualmente relacionado a situações de lazer, o afogamento provoca sempre uma surpresa e todos que jamais haviam admitidos antes esta tragédia como uma possibilidade. A grande maioria dos casos de afogamentos pode ser evitada com medidas de prevenção e redução de riscos, e a mais importante delas é a supervisão bem
realizada nos ambientes aquáticos. Riscos existem em qualquer atividade aquática e assim sendo também ocorrem no mergulho livre. Os riscos são sempre proporcionais à atitude do mergulhador, ao investimento em treinamento e
ao equipamento. Atualmente, o ensino formal é pouco ofertado nesta área e seu aprendizado pouco procurado, o que tem exposto um número significativo de praticantes. Se conhece muito pouco sobre a atividade de mergulho livre e seus incidentes. Esta revisão procura difundir os conceitos relativos a nova definição do afogamento, sua nomenclatura e classificação, divulgar a nova cadeia de sobrevivência, a prevenção ativa, reativa e mista, as técnicas de resgate de mergulhadores, o tratamento e as mais recentes abordagens no mergulhador de apnéia afogado.
Objetivo: Revisão crítica dos incidentes no mergulho em apnéia e a aplicação da Cadeia de Sobrevivência do Afogamento. Esta recomendação tem como objetivo fornecer mais informações sobre o assunto e medidas de maior segurança aos usuários e praticantes de mergulho em apnéia.
Materiais: Foram utilizadas como referências bibliográficas obras da área do mergulho e de emergência que abordassem os temas mergulho livre, afogamento, resgate e sua prevenção bem como pesquisas na base de dados Medline, artigos apresentados em congressos, recomendações nacionais e internacionais.
As RECOMENDAÇÕES de boas práticas em segurança aquática em atividades de mergulho livre estão resumidas abaixo.
1. Campanha MERGULHO+SEGURO (Acrônimo utilizado)
2. Mergulhe sempre que possível em lugares mapeados e conhecidos
3. Evite sair da água por pedras
4. Reconheça as condições estressantes do mar/tempo – (visibilidade, temperatura, correntes) Só mergulhe se for seguro!
5. Garanta treinamento e a boa condição de saúde antes de mergulhar
6. Urgências – Saiba como evitar um acidente e/ou ajudar nestes casos
7. Habitue-se a sair da água em caso de relâmpagos ou trovões
8. Livre-se do cinto de lastro em caso de emergência (Fivelas de desengate rápido)
9. Observe o local mais seguro para entrar na água e não o mais próximo
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10. Sempre mergulhe acompanhado (com apoio de superfície de preferência) e com adequado intervalo de superfície entre um mergulho e outro
11. Evite hiperventilação, hipoglicemia, uso de álcool, tabaco, alimentos pesados, ou drogas.
12. Garanta seu condicionamento físico e siga as regras de segurança
13. Utilize bóia de sinalização na superfície, instrumento de corte afiado e bem posicionado
14. Reavalie seu exame médico anual
15. Observe distância as embarcações, Piers, estacas, pedras, correntes, redes e seres marinhos perigosos.