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Heroísmo e técnica dos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros de Pernambuco os colocam como um dos mais bem preparados do mundo ao enfrentamento da complexidade do incidente.

Desde que os ataques de tubarões no Brasil começaram a ser monitorados em 1990, 88 incidentes foram registrados, sendo 65 em Pernambuco, especificamente na área metropolitana de Recife e arredores.

Porque dos ataques, ainda hoje é uma questão complexa e dificil de diagnóstico, embora diversas teorias pareçam estar proximas da comprovação científica.

O atendimento dessa complexa ocorrencia envolve a prevenção, o resgate e após todo essse processo o socorro básico realizado ainda dentro da água e na areia enquanto o socorro médico avançado se desloca ao local.

O Serviço de guarda-vidas do estado de Pernambuco gerido pelo Corpo de Bombeiros é um dos melhores do mundo no lidar com afogamentos e incidentes aquáticos, por sua eficiência (2.6 óbitos/100.000 hab, 2021).

O Brasil (especificamente Pernambuco) está em nono lugar na lista de países com mais ataques de tubarões registrados no mundo (ISAF) (considerando que muitos talvez nem registrem seus casos como acontece com outras doenças – subnotificação). Há mais de quatro décadas o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE), dispõe de profissionais especializados treinados em ações de PREVENÇÃO, RESGATE E PRIMEIROS SOCORROS. Na década de 90, estes Guarda Vidas passaram a lidar com um novo desafio profissional, os ataques de Tubarões. Inicialmente as vítimas (sim, inicialmente vítimas pois pouco se conhecia sobre o problema) mais frequentes eram surfistas, gerou entre outras ações a proibição da prática do surf em um trecho de 33 km, da Praia do Paiva (Cabo de Santo Agostinho) até a Praia do Farol (Olinda). Após a proibição, o perfil mudou consideravelmente, sendo banhistas, o que impõe um maior desafio, pois sem a prancha (um objeto flutuador que os salvava de morrerem afogados após o ataque que comprometia membros somente) agora aconteciam muitas vezes no tórax, abdômen, pescoço gerando uma gravidade ainda maior, pois toda a superfície do corpo estava agora exposta e afogamento secundário o que agrava ainda mais. Os ataques a surfistas comprometiam membros geralmente e a prancha impedia de morrerem afogados. Em banhistas, o ataque acontece mais vezes em regiões vitais como abdômen , tórax e pescoço, com muito mais gravidade e possibilidade de afogamento secundário.

Com essa nova realidade e com o melhor entendimento do problema ao longo das últimas 2 décadas o Corpo de Bombeiros de Pernambuco junto a sociedade acadêmica e órgãos de segurança tomaram as seguintes atitudes certeiras e cada vez mais efetivas.

1. Preparação e educação continuada dos Guarda-Vidas, em prevenção, salvamento e primeiros socorros dentro e fora da água em casos de afogamentos e ataques de tubarão.

2. Ações de prevenção ATIVA como a interdição (cirúrgica) para o banho de mar é realizada no trecho onde os registros mostram que ocorrem os ataques (2,2 km da praia); Sinalizações (placas e bandeiras) foram colocadas em toda extensão de 2,2km de praia avisando do risco alto de ataques de tubarão; Patrulhamento aéreo da área localizando e advertindo do risco; Sinalização com bandeiras flutuantes, que sobem e descem com a maré, que ficam visíveis mesmo que a praia esteja lotada e depois da saída dos GV, no final da tarde.

3. Ações de prevenção REATIVA como comunicação com a população banhistas no local com orientações, indicação de zonas de perigo, apontamento para áreas adequadas ao banho e outros são constantes e perfazem mais de 95% das ações dos guarda-vidas; Guarda-vidas em número acima do recomendado internacionalmente, treinados e equipados com botes infláveis que estão no local prontos a prevenir a entrada de banhistas no local (existem inúmeros registros de pessoas que, apesar da recomendação do perigo insistiram em entrar na água e sofreram ataques).

4. Ações de SALVAMENTO como os Guarda-vidas na areia e em patrulhamento com moto-aquática dentro da água e aéreo prontos ao salvamento de afogamentos e ataques; Viatura própria para Resgate do Corpo de Bombeiros há menos de 1 km da praia, sendo acionada imediatamente se necessário com tempo resposta excepcional aos padrões internacionais.

5. Ações de atendimento em saúde como Guarda-vidas treinados e equipados com equipamentos de última geração em atendimento pré-hospitalar em casos de hemorragia para a prestação de serviço dentro e fora da água; A instalação de uma unidade do SAMU dentro do quartel dos Guarda Vidas a 1 km do local.

A SOBRASA – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático é uma ONG, sem fins lucrativos fundada há 28 anos pelos maiores especialistas do mundo na área de segurança aquática estabeleceu todos os protocolos brasileiros na área de prevenção, salvamentos e primeiros socorros e a maioria dos procedimentos mundiais sobre afogamento e incidentes aquáticos. Com seu empenho, a ONG ajudou a reduzir em 50% as mortes por afogamento ao longo desses 28 anos. Conheça mais em www.doe.sobrasa.org

Considerando que o problema é grave e complexo, é nossa opinião de especialistas:

1. A mortalidade ao longo dos 33 anos de monitoramento dos ataques em Pernambuco foi de 28,5% comparável a outros centros de excelência (Nova Zelândia-33%, África do Sul-33% ou Austrália-25% em 2021) em atendimento a ataques de tubarão que tem espécies agressivas (Cabeça Chata, Tigre e Branco) promovedores de lesões de muito mais gravidade.
2. O estado da Flórida apresenta taxas muito inferiores as acima citada em consonância com ataques de espécies muito menos agressivas e lesivas promovendo prognósticos muito mais favoráveis.
3. As diferenças de mortalidade em nossa opinião NÃO se devem a despreparo, falta de treinamento ou equipamentos dos guarda-vidas de Pernambuco que se categorizam como um dos melhores e mais bem preparados do mundo a resposta do problema.
4. O salvamento realizado por guarda-vidas imediatamente após um ataque de tubarão é complexo e arriscado ao socorrista com a presença ainda do agressor e sangue no local, bem como do estado de inconsciência (mais comum pela gravidade da lesão) e mesmo ainda sim entram em ato heroico (com alto risco de morrer) para realizar o salvamento de banhista, muitas vezes, advertido repetidamente de que o local tinha esse alto risco.
5. Pela gravidade dos ataques de tubarão em Pernambuco é comum o afogamento secundário que aumenta ainda mais a mortalidade nesses casos.
6. Há de se considerar que alguns ataques ocorridos possam dever-se a afogamentos onde as marcas de ataque vieram no post-mortem.
Por todos os dados citados acima, a SOBRASA parabeniza os Guarda-vidas do Corpo de Bombeiros de Pernambuco pela brilhante atuação no bem estar e segurança dos banhistas em seu litoral.

Para saber mais sobre o problema e soluções de primeiros socorros veja em https://www.youtube.com/watch?v=xuLERwPxAUk

PREVENIR É SALVAR – EDUCAR PARA NÃO SE AFOGAR

Diretoria SOBRASA