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O calor é um convite para um mergulho, mas é preciso ficar atento e tomar alguns cuidados. O afogamento é a segunda causa de mortes de crianças com até nove anos de idade no Brasil e algumas situações podem ser prevenidas.
Manhã de tempo quente, mar de jeito calmo, lisinho, poucas ondas. Mas não se engane! A bandeira vermelha dá o alerta. Elas sinalizam simplesmente o fenômeno que mais provoca afogamentos em praias: a corrente de retorno.
“As ondas são formadas nos oceanos através dos ventos e arrebentam na praia. Essa arrebentação gera uma energia e essa energia espelha na areia e acaba retornando para o oceano. A areia faz um buraco maior, ali é onde exatamente está a corrente de retorno”, explica David Szpilman, diretor médico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático.
Os números da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático oferecem uma certeza sólida: água mata muito no Brasil. Dezessete pessoas morrem afogadas, em média, todos os dias no país. São 6 mil casos por ano.
A grande maioria acontece em rios e corredeiras. Cinco mil pessoas se afogam todo ano no Brasil por ignorar as margens da prudência. “Respeitar as sinalizações. Não ir além dos seus limites. É muito comum em praias, rios, lagos, represas, você ir além do seu limite, você acha que pode mais do que na realidade você pode e acaba se afogando”, diz Szpilman.
Já a piscina é um capítulo à parte. Se o seu filho pequeno está na água, esse capítulo traz uma regra de ouro: um braço de distância entre você e ele. Parece excesso de zelo, mas acredite: pode evitar uma tragédia.
“É muito comum uma cena assim, o pai na calçada e a criança na beira da água brincando. E quando eu me dirijo ao pai ele diz: ‘Não, ele está seguro, eu estou olhando’. Só que o afogamento acontece num piscar de olhos. Não dá tempo de sair dali e tirar a criança. Ele vai perder essa criança, provavelmente. Em qualquer local com água, a distância de um braço é importante e estar sempre junto com a criança”.
O afogamento é a segunda causa de mortes entre crianças de um a nove anos no Brasil. No Rio de Janeiro é lei desde 2001, clubes e prédios são obrigados a contratar guarda-vidas. A maior parte dos acidentes acontece em ambiente doméstico, onde muitos pais acabam relaxando na vigilância.
Rafaela sempre que entra na água, a Mariana Figueiredo, a mãe, entra também. Tem muita coisa em jogo nesse mergulho. “É estar junto, estar de olho. É estar o tempo todo perto”, diz.