PARTE 1 – ESSE VÍDEO VIRALIZOU E PROVOCOU SURPRESA, RAIVA, INDIGNAÇÃO, PENA E OUTROS SENTIMENTOS E DEIXOU DIVERSAS QUESTÕES EM ABERTO.
o PORQUE EMMA MERGULHOU NUM LOCAL TÃO PERIGOSO?
o COMO ELA NÃO PERCEBEU QUE ESSE PASSO NÃO TINHA VOLTA?
o O QUE FEZ DANIIL PULAR PARA AJUDA-LA DEPOIS DE OBSERVAR O SUFOCO QUE ELA PASSAVA?
o O QUE FAZER EM UMA SITUAÇÃO DESESPERADORA COMO ESSA?
“Para solucionar um problema, primeiro temos que vê-lo, admiti-lo e conhece-lo” Szpilman y Palacios Afogamento é um processo complexo que ocorre de forma silenciosa e mata em poucos segundos. Sou um estudioso desse problema e elaboramos esse vídeo para colocar um pouco mais de luz em alguns aspectos desse desastre que tanto nos chocou.
PARTE 2 – QUAIS FORAM AS MOTIVAÇÕES PARA MERGULHAR?
Vamos analisar as possíveis razões uma pessoa é motivada a tomar tal atitude. • Um vídeo eletrizante para postar nas mídias sociais e isso não é só para ganhar likes, mas gera dinheiro através da monetização por patrocínios. Isso simplificaria tudo, não fosse o fato fatídico de ter morrido nessa ação. Então a responsabilidade está em cima das mídias que provocam esse tipo de atitude? Não creio que isso explique tudo.
• Há milhares de anos inserimos em nosso DNA, a mensagem, eu posso superar, eu posso fazer, eu posso ir além do que outros foram! Isso nos distingue de outros seres. É assim um dos grandes motores da humanidade que nos fizeram avançar, ir além do estabelecido e conseguir tudo que alcançamos hoje na tecnologia e na ciência, ou seja nosso avanço. Mas esse drive carrega um preço individual – passar por cima da segurança pessoal e arrisca A VIDA, como ocorreu e a percepção irreversível em alguns segundos de que o passo foi além e de que não há volta. Até o próximo dizer. Ela não conseguiu, mas eu consigo. E existem muitos atos que assim se mostram possíveis, embora carreguem um alto preço – o risco da morte.
PARTE 3 – EXISTE UMA FÓRMULA PARA ENTENDER A COMPLEXIDADE DO AFOGAMENTO?
Em 2019, um grupo de especialistas elaborou uma fórmula do afogamento que foi apresentada como trabalho científico em Durban 2019 durante o Congresso Mundial de Afogamento. Ela realiza uma análise melhor do problema e das soluções.
1. Risco no ambiente (como solução usamos a prevenção ativa):
a. O local foi descrito como sendo no mediterrâneo, o que é incomum toda essa fúria das ondas. Ou seja, se não foi a primeira vez deles no local, eles devem conhece-lo como sendo bem tranquilo em outras situações.
b. Havia sinalização de risco no local? E se havia os Russo a compreenderiam? No local deveria haver sinalização de risco que pudesse ser compreendido sem o uso de palavras, embora saibamos que isso só seria efetivo se eles respeitassem seus limites de competência aquática.
2. Risco no comportamento (como solução usamos a prevenção reativa):
a. A nacionalidade dela era russa, e sabemos que a população Russa não tem hábito de frequentar praias com ondulações. Isso leva ao desconhecimento do perigo.
b. A ignorância que nos protege em diversas situações pode ser mortal em situações como essa. A falta de conhecimento da competência aquática (CA) os fez ultrapassar os seus limites (UL).
PARTE 4 – ESTAMOS VENDO A EXCEÇÃO OU A REGRA?
1. Porque isso nos chocou tanto? Além do fato do desperdício da vida em prol de quase nada pessoal, para a maioria das pessoas o pulo dela e depois o dele no local era evidente de risco quase certo de morte.
2. Estamos vendo a regra e não a exceção! Na maioria dos afogamentos ocorre uma desvalorização do risco no local, seja em piscinas, rios, ou praias, e, portanto, quanto mais calmo e menor a competência aquática da pessoa menos evidente o risco transparece e menor capacidade de enfrentamento.
CONCLUSÃO:
• Nunca teremos segurança aquática provida por guarda-vidas em mais de 20 a 30% das nossas áreas aquáticas.
• Então sempre teremos a maior parte sem proteção e dependendo da educação individual.
• Essa educação, não passa apenas pelo ensino da flutuação e da natação, mas principalmente pela sensibilização da percepção do risco e do respeito aos seus limites.
• Para Daniil Gagarine (30 anos) e Emma Mönkkönen (24), a morte no mar Mediterraneo, em Torrevieja, Espanha, foi um desperdício pessoal, para humanidade um passo a mais na compreensão do complexo processo de afogamento.
PREVENIR É SALVAR – EDUCAR PARA NÃO AFOGAR!
Concordando ou não dessa análise, dê sua opinião!
MATÉRIAS PUBLICADAS
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